Uma proposta de concessão de título de cidadão honorário de São Luís, capital do Maranhão, para o pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus - Vitória em Cristo, gerou uma crise na Câmara de Vereadores de São Luís. Pela primeira vez na atual legislativa, vereadores suspenderam a sessão de votação de uma proposta de concessão de título afirmando que o pastor é homofóbico.
A proposta partiu da vereadora Rose Sales (PC do B), integrante da bancada evangélica da Câmara de Vereadores de São Luís. A vereadora justificou a concessão do título pelos “vários serviços prestados em favor da família maranhense”, segundo ela.
A matéria constava na sessão de terça-feira desta semana, mas o vereador Ivaldo Rodrigues, líder do PDT na Câmara, pediu vistas do processo por um período de 72 horas. A intenção é que a proposta volte a plenário na semana que vem.
Ivaldo Rodrigues afirmou que Silas Malafaia não poderia receber o título por diversas ações contra a comunidade GLBT em todo o Brasil.
“Ele é homofóbico e São Luís não pode conceder um título a uma pessoa que discrimina outras pessoas”, criticou o vereador. Rodrigues afirmou nesta quinta-feira ao iG que “não medirá esforços para que o requerimento não seja aprovado”. Comunidades e representantes da Comunidade GLBT também se manifestaram contra o título de cidadão ludovicense ao pastor evangélico.
Rose Sales defendeu Malafaia e disse que o pastor não é homofóbico. Outros vereadores, como João Batista Matos (PPS), também defendem o título a Malafaia. “Ele é um defensor da família. E ama a todos todos”, afirmou o vereador.
Durante a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu a favor da união homoafetiva, Malafaia fez campanha contra. Em junho, durante a Marcha para Jesus, em São Paulo, ele disse: "O STF rasgou a Constituição que, no artigo 226, parágrafo 3º, diz claramente que união estável é entre um homem do gênero masculino e uma mulher do gênero feminino. União homossexual uma vírgula", disse o pastor. "Ninguém aqui vai pagar de otário, de crente, não. Se for contra a família não vai ter o nosso voto", ameaçou.